Colegas de profissão comparecem à cremação da atriz Mara Manzan
Foi cantando “O que é, o que é ”, de Gonzaguinha, que familiares e amigos de Mara Manzan se despediram na tarde de sábado (14), da atriz, que morreu no dia anterior, vitima de falência pulmonar, causada por um câncer no pulmão, aos 57 anos. O velório ocorreu no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio. Por vontade de Mara, seu corpo foi cremado. “Era um desejo dela e claro, vamos respeitar”, explicou a filha Thatiane Manzan, 35 anos.
Entre os famosos que foram prestar a última homenagem à atriz, amigos de longa data como Wolf Maya, Glória Perez, Zeca Pagodinho, Marília Pêra,Antônio Pitanga e colegas de trabalho mais novos, como Marcos Pasquim,Sheron Menezes, Juliana Alves e Leonardo Miggiorin.
Bastante emocionados, todos tinham em comum uma certeza: a lembrança que fica de Mara é a alegria e o alto astral. “Era afetuosa, amiga. Tinha sempre uma palavra alegre para todo mundo, por mais triste que pudesse estar. Era uma pessoa especial e uma grande atriz”, disse a autora Glória Perez, com quem Mara fez seu último trabalho na televisão, a novela da TV Globo “Caminho das Índias”, da TV Globo, onde interpretou a indiana Ashima.
Marília Pêra contou que as duas conversavam sobre a possibilidade de trabalharem juntas no teatro, com Marília dirigindo Mara em um monólogo. “Era uma vontade grande, mas que não deu tempo de acontecer. Trabalhamos juntas na TV, em “Cobras & Lagartos” e em “Duas Caras” (ambas da TV Globo). Mara ia a todos os meus espetáculos. Tenho vários presentinhos e cartões dela escritos ‘te adoro’. Fui vê-la no hospital e ela estava com um semblante bem tranquilo, mas já deu pra perceber que o quadro era grave. Falei com a Thati que era para nos prepararmos para o pior.”
Já Zeca Pagodinho disse que vai guardar a imagem da amiga risonha e festeira. “A gente se conhecia há muito tempo. Estava sempre nas minhas festas. Alegria era com ela”, definiu o cantor. Antônio Pitanga lembrou dos tempos do Teatro Oficina, quando se conheceram.“Fazer o público rir como ela fazia é um ato de generosidade. É isso que ela era, uma pessoa generosa, alegre, especial mesmo.”
E como tristeza não combinava com a atriz, no fim do velório, pouco antes do momento da cremação, as lágrimas deram lugar à música. Com a voz embargada, todos cantarem trechos da canção “O que é, o que é”, de Gonzaguinha, escolhida para a ocasião pela própria Mara, segundo amigos. Mesmo do lado de fora da capela, dava para ouvir o coro: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”.